“Doença do beijo”: números de casos aumentam pós-carnaval
Caia na folia, mas não descuide da sua saúde. Além das patologias sexualmente transmissíveis, é comum um aumento no número de casos após o carnaval, da mononucleose ou “Doença do Beijo”, um problema muito comum, provocado por um vírus chamado Epstein-Barr.
Segundo a infectologista, Júlia Chaves, o vírus é transmitido através da saliva, por isso é apelidado de “Doença do beijo’’ e geralmente, embora na maioria das vezes ser assintomática, os sintomas variam, onde são mais comuns o cansaço extremo, febre, dor de garganta e aumento dos linfonodos (linfonodomegalias).
“É em geral benigna, e pode ocasionar o aparecimento de lesões avermelhadas semelhantes a um processo alérgico ou ser assintomática em alguns casos. No entanto, mesmo quando não há sintomas aparentes, é possível transmitir a infecção. Por isso, é importante evitar além do contato com pessoas sintomáticas, o compartilhamento de utensílios pessoais, como escova de dente, colher, copo, entre outros”, destacou a médica infectologia, Júlia Chaves.
Ela lembrou que vale ressaltar que os sintomas podem durar semanas e geralmente não tem curta duração, como também não existe tratamento específico, nem vacinas. “Usamos medicamentos sintomáticos para amenizar a dor e febre, repouso de uma a duas semanas, e recomendamos o afastamento de práticas esportivas de contato e esforço por um mês, em razão do risco de ruptura do baço nos casos graves.
Ainda conforme a infectologista, no Brasil, 80% das pessoas tem contato com o vírus até os 12 anos de idade e está presente em 90 a 95% da população adulta mundial. Em crianças menores de 5 anos, a maioria das infecções são assintomáticas, já nos adolescentes e adultos os sintomas são mais frequentes, e aparecem de 30 a 50 dias após a exposição.
A médica destacou que o número de casos da doença aumenta consideravelmente nesse período do carnaval, em razão do aumento da exposição, não só da mononucleose mas de outras doenças infectocontagiosas.
O diagnóstico da doença é feito a partir de um exame de sangue que pode ser coletado nos primeiros dias de sintomas.
Dra Júlia Chaves ainda ressaltou que a pessoa infectada não precisa de acompanhamento ao longo da vida, mas que é importante procurar assistência médica para fazer o diagnóstico correto e precoce. “O acompanhamento às pessoas imunossuprimidas precisa ser mais de perto e ficar atento para qualquer sinais de alerta aos sinais de meningite, entre outros.
A médica ainda destacou que as pessoas sintomáticas na grande maioria precisam de repouso em domicílio, mas não carecem de internação, e como não existe tratamento específico, os cuidados podem ser feitos em casa mesmo.
“Pessoas imunossuprimidas podem ter complicações e necessitam de internação hospitalar. Uma vez infectado, o vírus fica no organismo para sempre, e os infectados periodicamente liberam os vírus na saliva, por isso, é preciso ficarem atentos aos sintomas”, lembrou a infectologista.
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