No Dia Mundial de Enfrentamento a Tuberculose ministério reforça pacto internacional para diminuir casos no Brasil
Diminuir a incidência de tuberculose, de 32 para menos de 10 casos por 100 mil habitantes e menos de 230 óbitos por ano, até 2035, é uma meta pactuada internacionalmente pelo Brasil que faz parte da lista de países prioritários para o enfrentamento à doença pela Organização Mundial de Saúde (OMS), lembrada por representantes do Ministério da Saúde nesta quinta-feira (24), em evento que marcou o Dia Mundial de Combate à Tuberculose pela pasta.
Como forma de ampliar o acesso à informação, o Ministério da Saúde também lançou no evento, a edição especial do Boletim Epidemiológico da Tuberculose. A pasta alerta para a importância da detecção e diagnóstico precoce no enfrentamento à doença, pois uma radiografia da publicação mostra que cerca de 68 mil pessoas adoeceram por tuberculose no ano passado. Pessoas de 20 a 34 anos são as mais afetadas pela doença.
Durante o lançamento, o ministro da Saúde substituto, Rodrigo Cruz, destacou a importância da vacinação como medida de combate à tuberculose. “Precisamos lutar, enquanto Brasil, para erradicar essa doença. Reforçamos também a importância da vacina BCG, que é ofertada pelo SUS”, afirmou.
O secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, chamou atenção para a necessidade de compreender mais sobre a doença. “Nós fornecemos apoio à pesquisa, pois é fundamental entendermos cada vez mais o comportamento da tuberculose. Ao longo de 2021 foi feito um investimento de cerca de R$ 5,4 milhões em fomento a pesquisas em relação à doença", ressaltou.
Para ampliar e qualificar as ações de atenção, vigilância e gestão para o controle da doença no país, o ministério publicou em 2021, o documento norteador para a segunda fase do Plano Nacional pelo fim da Tuberculose.
Prevenção - O Governo Federal também atua no fortalecimento dos meios de prevenção contra a doença, com a oferta do tratamento para a infecção latente da tuberculose (ILTB). O esquema conhecido como 3HP é composto pelos medicamentos rifapentina associada à isoniazida.
Ele reduz o risco de desenvolvimento de tuberculose ativa nas pessoas que tiveram contato e ajuda a interromper a cadeia de transmissão da doença. O esquema terapêutico foi disponibilizado no SUS no segundo semestre de 2021.
Para as crianças, a principal maneira de prevenir as formas graves da tuberculose é por meio da imunização. A vacina BCG (Bacilo de Calmette e Guérin) é oferecida pelo SUS e deve ser aplicada no recém-nascido ou criança até os 5 anos de idade.
Diagnóstico - O Ministério da Saúde distribui por ano cerca de 500 mil cartuchos para execução do Teste Rápido Molecular para a Tuberculose (TRM-TB), o principal para o diagnóstico inicial da doença.
Além disso, em 2022, serão disponibilizadas novas tecnologias para diagnóstico da tuberculose que irão agilizar a detecção e oportunizar o tratamento. Ainda no primeiro semestre, estará disponível o teste MGIT de sensibilidade. O método possibilita a identificação da doença em menor tempo do que o teste convencional.
Por ser um tratamento longo e bastante desafiador, é necessária uma abordagem intersetorial para apoiar o paciente. Por essa razão, contar com o apoio de diferentes atores, como assistência social, organizações da sociedade civil e de direitos humanos é fundamental para aumentar a adesão e o sucesso do tratamento.
Referência na Paraíba – Segundo a pneumologista do Complexo Hospitalar Clementino Fraga (CHCF), Gerlânia Simplício, que atua há 22 anos no local, a unidade atua como referência terciária para os casos de tuberculose com complicações e maior complexidade quando se precisa de investigação e internamentos.
“Os casos de tuberculose com complicações como: resistência bacteriana, sangramentos, derrame pleural, diabetes, HIV e insuficiência respiratória, caracterizam o perfil de atendimento do Clementino”, lembrou a pneumologista.
De acordo com informações do CHCF, a unidade registrou nos últimos sete anos, 3.978 casos, sendo 2.811 do gênero masculino e 1.167 do gênero feminino. Na unidade, os pacientes são admitidos por demanda espontânea, quando você chega e é atendido sem precisar marcar, ou pela Regulação Estadual.
No CHCF, o paciente recebe toda a assistência com exames inovadores, como o TRM (Teste Rápido Molecular) e baciloscopia para o fechamento do diagnóstico, e também é acompanhado em todo o ciclo do tratamento que dura seis meses, com drogas preconizadas pelo protocolo de enfrentamento à doença.
Após esse esquema, o paciente sai curado e pode ser acompanhado pelo PSF mais próximo de sua residência. “O TRM é um exame PCR em tempo real do escarro ou de outros materiais na pesquisa do Bacilo de Koch”, informou Gerlânia.
Segundo a médica, os sintomas da tuberculose são marcados por tosse produtiva por mais de três semanas, febre, perda de peso e escarros com sangue.
Palestras, orientações e ações itinerantes, organizadas pelo Complexo Hospitalar Clementino Fraga fizeram parte da programação durante três dias, para lembrar a data.
Com informações do MS
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